Bolsonaro diz que Moro aceitaria demitir diretor se fosse indicado ministro do STF

Bolsonaro atacou Sérgio Moro em pronunciamento, mas diz não ter mágoa do ex-ministro

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O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento no final da tarde desta sexta-feira (24) e afirmou, em alto e bom tom que o ex-ministro Sérgio Moro teria sugerido uma troca pela demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo. Segundo o presidente, Moro aceitaria a exoneração do diretor, mas se fosse indicado ministro do STF.

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Moro anunciou no fim da manhã de hoje a sua demissão, alegando que Bolsonaro queria interferir politicamente nas Polícia Federal quando decidiu demitir o diretor da Policia Federal.

Bolsonaro ataca Sérgio Moro em pronunciamento

Com semblante abatido e rodeado de ministros que ainda sobrevivem ao caos estabelecido no Governo, Bolsonaro atacou Sérgio Moro. Para o presidente, Moro tem compromisso “com o próprio ego”, “consigo próprio” e “não com o Brasil”. Mais cedo, por meio de sua conta oficial no Twitter, o presidente da República disse que iria restabelecer “a verdade”, já que Sérgio Moro, ao pedir demissão, revelou que Bolsonaro tinha preocupação com inquéritos em curso no STF.

“Sabia que não seria fácil. Uma coisa é você admirar uma pessoa. A outra é conviver com ela, trabalhar com ela. Hoje pela manhã, por coincidência, tomando café com alguns parlamentares eu lhes disse: ‘Hoje, vocês conhecerão aquela pessoa que tem compromisso consigo próprio, com seu ego e não com o Brasil'”, declarou.

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Sérgio Moro no Governo Bolsonaro

Sérgio Moro assumiu o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública em 2019, após ser convidado por Jair Bolsonaro. Para aceitar tal posto, Moro precisou abrir mão dos seus 22 anos como juiz federal – com destaque por ser o responsável pela Operação Lava Jato, em Curitiba.

Bolsonaro mandou recado a Sérgio Moro

No final do discurso, Bolsonaro disse que não tem mágoa do seu ex-ministro, mas aproveitou a oportunidade para mandar um recado a Sérgio Moro. Bolsonaro afirmou que, se Moro gostaria de ter “independência e autoridade”, deveria ser candidato. “Eu não posso conviver – ou fica difícil a convivência – com uma pessoa que pensa bastante diferente de você”, acrescentou.