Caso Henry: depoimentos de babá e empregada doméstica apresentam divergências; detalhes vêm à tona

Depoimentos das duas testemunhas são tidos como preponderantes nas investigações do caso.

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As investigações acerca do caso de morte do menino Henry Borel, de 4 anos, contaram com desdobramentos importantes nesta semana, com novos depoimentos de funcionárias que prestavam serviço para Monique Medeiros e Dr. Jairinho no apartamento de luxo onde eles residiam na Barra da Tijuca.

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A semana iniciou com o depoimento da babá Thayná de Oliveira. A jovem de 25 anos, diferentemente do seu primeiro depoimento, trouxe informações que seguem a linha do que foi investigado até o momento pelas autoridades.

Ela confirmou o conteúdo das conversas recuperadas pela Polícia, em que aparece relatando a rotina de agressão contra Henry, e ainda citou que a patroa orientou ela a mentir do depoimento. Quem também depôs ao delegado Henrique Damasceno pela segunda vez foi a doméstica Leila Rosângela, citada na oitiva da babá como conhecedora das agressões que o menino era vítima.

No seu primeiro relato, Rosângela também passou uma ideia de que a família vivia de forma harmoniosa, e ocultou alguns detalhes. Os depoimentos, tidos como determinantes nas investigações do caso que chocou o país, no entanto, apresentaram divergências em seu comparativo em alguns pontos.

Linhas diferentes

Em sua oitiva, a babá de Henry disse que questionou o menino sobre o que havia acontecido quando ele apareceu mancando, e ouviu como resposta “que era pela ‘banda’ [rasteira aplicada pelo padrasto], mas não explicou exatamente”.

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Já a empregada doméstica afirmou não ter questionado Henry sobre o motivo de estar mancando, mas disse que Thayná indagou a criança e ela deu resposta “que havia caído da cama e que o seu joelho estava doendo”.

Soube ou não das agressões

Neste mesmo dia, a babá afirmou em seu relato que, à noite, Rosângela teria ligado para ela perguntando sobre o que tinha acontecido com o menino, e ela contou “que Henry havia reclamado que tinha apanhado de Jairinho”.

Por sua vez, a doméstica disse aos policiais que, por volta das 17h10, ligou para a babá com o intuito de saber se Henry continuava mancando e se Monique já havia chegado no apartamento, “tendo esta [Thayna] respondido que não”.

Combinado ou não

Na sua oitiva, a babá disse que dias após o sepultamento de Henry, ela foi procurada pela irmã de Jairinho, Thalita Fernandes, para que fosse até o escritório do advogado de defesa do casal. No dia seguinte, ao chegar na casa dos familiares de Jairinho, ela encontrou Leila Rosângela e as duas se dirigiram para o local combinado.

Thayná disse que o advogado André França Barreto pediu que ela passasse a impressão do quanto os clientes eram pessoas boas. Ele ainda insistiu para a jovem conceder uma entrevista a um veículo de imprensa, orientando-a sobre as respostas.

A babá relatou encontrar Leila Rosângela pouco depois, e que ela havia informado “que com ela foi a mesma coisa”. Contudo, quando foi questionada sobre essa possível combinação de versões, a empregada doméstica disse que não foi orientada a nada.

Indagada sobre o por quê não apresentou alguns fatos no seu primeiro depoimento à polícia, Leila Rosângela disse que “só não contou porque não se recordava”. Apesar disso, ela disse não ter problemas de memória ou fazer uso de remédios controlados.