Depois de cravar que o Auxílio Emergencial teria os pagamentos suspensos em dezembro, conforme foi fixado na última medida provisória do benefício, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (10), que o programa que tem ajudado milhares de brasileiros nos últimos meses poderá ter uma extensão no próximo ano.
Segundo ele, isso só ocorrerá, no entanto, se o país for atingido por uma nova onda do coronavírus, cenário já visto em muitos países da Europa, onde os índices de infecção voltaram a subir.
“Deixamos bem claro para todo mundo: se houver uma segunda onda no Brasil, temos já os mecanismos. Digitalizamos 64 milhões de brasileiros. Sabemos quem são, onde estão e o que eles precisam para sobreviver”, disse Paulo Guedes, em teleconferência com a agência Blomberg.
Na entrevista, Guedes ainda pontuou que os gastos com a Covid-19, que representam mais de 8% do PIB, ficariam em patamares inferiores em caso de um crescimento significativo de infecção do coronavírus. Até o momento, quase 68 milhões de brasileiros já receberam ao menos uma cota do programa criado pelo governo federal
Indefinição pode ajudar
No Congresso Nacional, alguns parlamentares já se movimentam para solicitar uma nova extensão do Auxílio Emergencial. O fato do Renda Cidadã, novo programa que o governo pretender lançar em substituição ao Bolsa Família, ainda estar com questões pendentes e um cenário de indefinição, pode ser utilizado pelos políticos favoráveis à prorrogação do benefício. Para isso, o decreto de estado de calamidade, vigente até dezembro, precisar ser estendido.