O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) sofreu uma derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta sexta-feira (11), o ministro Celso de Mello determinou que o chefe do Executivo preste depoimento presencial no inquérito que apura supostas interferências na Polícia Federal.
Em abril, o então ministro Sergio Moro deixou a pasta da Justiça e Segurança Pública e fez graves acusações ao presidente. No pronunciamento em que anunciou que estava deixando o governo, o ex-juiz federal citou que Bolsonaro tentava interferir no trabalho da Polícia Federal.
As investigações estão acontecendo e foi necessário que Jair Bolsonaro prestasse depoimento. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que este depoimento fosse por escrito, como aconteceu com o ex-presidente Michel Temer. O STF, porém, negou o pedido de Bolsonaro.
Celso de Mello determina depoimento presencial
Até o fechamento desta reportagem. Bolsonaro ainda não havia se manifestado sobre a decisão do ministro Celso de Mello. Apoiadores esperam que o presidente comente o assunto em suas redes sociais. O Palácio do Planalto também não se manifestou até o momento.
Como qualquer pessoa que presta depoimento, Bolsonaro terá o direito de permanecer calado. O presidente tem negado que tenha tentado interferir na Polícia Federal. Apesar de o presidente indicar o diretor-geral da corporação, qualquer interferência é proibida e pode resultar em processo de impeachment.
A decisão de Celso de Mello estava pronta desde o dia 18 de agosto, mas só foi assinada por ele nesta sexta. O ministro estava afastado do Supremo por problemas de saúde. A licença médica terminou e a assinatura foi feita.